domingo, 3 de abril de 2011

cenas do morro da garça...


e foi ali, ao pé da cruz do morro da garça, aquele belo como uma palavra, que eu e compadre meu  da serra de coco grande, ouvimos com demais força, sem querença, aquele chorinho risonho, cheio de nomes escritos na madeira: o arrenegado, o cão, o cramulhão, o indivíduo, o galhardo, o pé-de-pato, o sujo, o homem, o tisnado, o coxo, o temba, o azarape, o coisa-ruim, o mafarro, o pé-preto, o canho, o duba-dubá, o rapaz, o tristonho, o não-sei-que-diga, o-que-nunca-se-ri, o sem-gracejos...  os olhos só souberam se espremer em oração: como não ter deus?! com deus existindo, tudo dá esperança: sempre um milagre é possí­vel, o mundo se resolve. mas, se não tem deus, há-de a gente perdidos no vai-vem, e a vida é burra. é o aberto perigo das grandes e pequenas horas, não se podendo facilitar, é todos contra os acasos. tendo deus, é menos grave se descuidar um pouquinho, pois no fim dá certo.










deus come escondido, e o diabo sai por toda a parte lambendo o prato






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