quinta-feira, 26 de maio de 2011

aforismo do sertão

lendas do sertão para dar conta de porque existe cá uma cidade três marias: a escutatória dos causos populares versam três verdades igualmente distintas: uma, de olhar para cima... de olhar para o céuzão limpo, limpo do sertão, à noite, e saber das estrelas da constelação de órion, as faladas três marias; dois, de olhar para as águas... e contar em quantas cachoeiras pode-se estabelecer paragem para banho de rio; três, de olhar para a morte  e contar o número de gêmeas que ficaram encantadas à beira do rio nos muitos idos anos atrás.
Eu mesmo, de olhar para cima, para as águas e para a morte, não sei muito não, mas desconfio de muita outra coisa... penso mesmo que é uma cidade de três faces... que uma face olha para o sertão de joão rosa e manuel nardi... a outra olha para o velho chico,  escuta o marulho das águas adocicadas... a terceira última olha para a represa, dimensão azul oceânica não-livre. Uma face conta estórias... a segunda conta mentiras... e a face três, conta mesmo é vantagens!!!

sexta-feira, 6 de maio de 2011

no meio do redemunho... barra do rio de janeiro












































































aula - manoel de barros

Manoel de Barros

Aula

Nosso Prof. de latim, Mestre Aristeu, era magro e do Piauí. Falou que estava cansado de genitivos dativos, ablativos e de outras desinências. Gostaria agora de escrever um livro. Usaria um idioma de larvas incendiadas! Mestre Aristeu continuou: quisera uma linguagem que obedecesse a desordem das falas infantis do que das ordens gramaticais. Desfazer o normal há de ser uma norma. Pois eu quisera modificar nosso idioma com as minhas particularidades. Eu queria só descobrir e não descrever. O imprevisto fosse mais atrente do que o dejá visto. O desespero fosse mais atraente do que a esperança. Epa! O profe. Desalterou de novo – outro colega nosso denunciou. Porque o desespero é sempre o que não se espera. Verbi gratia: um tropicão na pedra ou uma sintaxe insólita. O que eu não gosto é de uma palavra de tanque. Porque as palavras do tanque são estagnadas, estanqiues, acostumadas. E podem até pegar mofo. Quisera um idioma de larvas incendiadas. Palavras que fossem de fontes e não de tanques. E um pouco exaltado o nosso profe. Disse: Falo de poesia, meus queridos alunos. Poesia é o mel das palavras! Eu sou um enxame! Epa!... Nisso entra o diretor do Colégio que assistira a aula de fora. Falou: Seo Enxame espere-me no meu gabinete. O senhor está ensinando bobagens aos nossos alunos. O nosso mestre foi saindo da sala, meio rindo a chorar.

on the road II














travessia sobre a barreira do córrego do rio de janeiro
barra do rio de janeiro - três marias













leito seco (para caminhar...) do córrego do rio de janeiro - três marias


















travessia córrego das pedras
comunidade córrego das pedras - três marias












estrada centro três marias - zona rural
comunidade das pedras - três marias

cenas de três marias...

qual o caminho da gente? II



















comunidade das pedras, silga e barra do rio de janeiro























quinta-feira, 5 de maio de 2011

1 minuto de silêncio...

estamos tratando as  relações metafísicas como as humanas. penso que a gente lê guimarães rosa literal e não literariamente. se no texto, deus nos dá pessoas e coisas, para aprendermos a alegria... depois, retoma coisas e pessoas para ver se já somos capazes da alegria sozinhos... isso não significa que entre nós essa relação possa se estabelecer. não damos ou tiramos nada de ninguém. as pessoas nos percebem e se apropriam do que achamos que é nosso como troca, primitivo mesmo. a alegria está na relação. eu, por viver no mundo estranho de hoje, não posso transformar em capital aquilo que não tem preço!

no fundo, isso é apenas a experiência do aprendizado, que transformamos em tortura...