apenas uma pancada: negação da idéia de movimento... para não parar! a dinâmica da produção como negação de ignorâncias e agressões. nada do vigor combativo de outrora. reorganização das energias. o presente como vitalização do caos. o conhecimento como sensação.
nas afirmações, nada de falsas verdades. só gostos, cheiros, sons, tato e cor... muita cor. aliás, cores.
todos os temas, um: a implantação da ditadura... ditadura da liberdade!
o não-limite como a configuração da própria identidade, aliás, fluida, como a água. a identidade como movimentação. espaço, tempo como dimensões da liberdade.
nada de contemplar o acabado... a finalidade não basta... comemos processos. alimentamo-nos de meios... as relações como fins e ponto... como a casa... esquecer as possibilidades de laços como coisas para os que virão. respiramos o presente enquanto instabilidade. nosso equilíbrio são os tombos na grammatiké.
nada somos... estamos... e existimos por enquanto, aqui e ali. o verbo ser, essa ilusão antropófaga, mas bem velha mesmo, grega, aliás, causa-nos indigestão. a essência como o mal-estar físico da humanidade.
a beleza que vem de dentro como antiácido... nada de produtos. a beleza do inacabado mesmo, como ponto final suportável. criatividade e originalidade nadam de braçadas na escassez. o não-querer do outro como a possibilidade tua, conectados. a caçamba na rua, esse não-lugar dos objetos, um louvre da nova roma.
nada de artistas e suas artes. autores e suas obras. nada de sujeitos e objetos separados ontologica ou epistemologicamente. caminhamos por uma ética dos entre-lugares. passamos sempre pelo meio. as pontas, uma em função da outra, apenas pontos de conexão. sempre pontes... reuniões de relações nas passagens do atravessamento. os fluxos de delocamento cultural redefinem a noção de experiência. nada mais é o total, sendo o total cada relação vivenciada como transição de mão dupla: matéria sendo metáfora e vice-versa!
não se esconde mais a percepção sensível através das pretensas formas puras. a história das coisas é a revelação da falta de caráter do outrora praticado. as sincronizações são a nova verdade... são a realização das vontades de potencia criativas e criadoras.
a solidão morreu. eu, morreu com ela... e como a liberdade não se conforma com a morte, existimos, esteticamente, como fruto das relações que estabelecemos!